Eva Luna é apaixonante. Talvez por ser filha de um índio de olhos amarelos e uma mulher que passou a infância em uma região encantada. Ou talvez por ter sido concebida quando seu pai estava à beira da morte. Queimando de febre e sem saber mais o que fazer, Consuelo, sua mãe, o amou. E quando ele se curou, deu adeus e se foi. E então Eva, que significa vida, foi criada em meio a múmias humanas e outras esquisitices.
Eva habita um mundo mágico: o mundo criado por sua imaginação fértil. Nem por isso, ela deixa de viver a vida real, quase sempre sofrida, quase sempre vivida servindo os outros como empregada doméstica, desde pequena, desde sempre. Ela apenas transforma a realidade ao seu redor. Tudo é material para suas fantasias.
Com a morte da mãe, Eva Luna foi vivendo aqui e acolá, aprendendo com a vida e com as experiências, a viver e sobreviver, recebendo pouco ou quase nada das pessoas, fugindo, voltando e se refugiando nas aventuras construídas por ela, que aliás, não tinham nada de convencionais. Conheceu gente de todo tipo e vez ou outra podemos reconhecer os personagens verdadeiros se transformando em personagens fictícios destas aventuras.
Eva Luna olhava o mundo de forma diferente. Passou por sofrimentos, superações, falta de amor e abandono, mas manteve seu coração intacto, cheio de pureza. Conheceu também pessoas boas, amorosas, amigos que a ajudaram em sua intensa trajetória.
Isabel Allende |
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