sexta-feira, 29 de março de 2013

Era uma vez um corredor de John L. Parker Jr.

Gosto de ler livros sobre corridas. Acho que são inspiradores. Quando comecei a ler Era uma vez um corredor, imaginei alguma coisa do tipo: Do que eu falo quando eu falo de corrida do Haruki Murakami. Percebi logo no início que as narrativas eram bem distintas.

Logo conhecemos Quenton Cassidy, um corredor universitário, que treina forte para corridas de média distância. Conhecemos um pouco de seus treinos, de seu dia a dia e alguns de seus pensamentos. Só que a narrativa é cansativa e monótona. Parecia que ficávamos dando voltas em detalhes que faziam com que não saíssemos do lugar. Foi difícil avançar. Pelo menos até mais ou menos a metade do livro.

 Nesta fase, nosso corredor Cass, tem um problema na universidade e se isola em uma cabana no meio da nada, sozinho e começa a treinar duro. Sua vida passa a ser suor, dores, comida, leitura e solidão. E então a história começa a fazer sentido e narrativa se torna surpreendentemente interessante.

A partir deste momento a sensação é de que estamos correndo e sofrendo junto com Cass. Sangramos com ele. E finalmente a história chega ao ápice no momento da prova. No tão esperado dia, o dia para o qual ele treinou forte, incansavelmente, nós vamos junto, como se estivéssemos dentro dele. Os detalhes, todos os detalhes, são preciosos e nos levam para aquela pista e para o breve momento que ele, Cass, leva para percorrer-la. Parece uma eternidade, uma eternidade cheia de sofrimento. Suamos junto.

E por causa deste capítulo, eu me arrisco a dizer que Era uma vez um corredor, é um livro maravilhoso.


John L. Parker Jr.
John L. Parker Jr. é um autor americano. É formado em jornalismo e direito pela Universidade da Flórida. Já escreveu diversos artigos para revistas como Outside e Runner´s World, especializadas em esportes e corrida.

quarta-feira, 20 de março de 2013

A menina com a lagartixa de Bernhard Schlink

 

O personagem principal desta história é um quadro. Nele, vemos uma menina com uma lagartixa e muitos mistérios. O quadro sempre esteve ali, acima da escrivaninha do pai, um juiz respeitado, e aquela imagem sempre fascinou o menino. Na mesma medida, talvez, em que causava discórdia entre seus pais. 

O menino esqueceu a quantidade de vezes em que ficou ali olhando, tentando descobrir quem era aquela menina. E quando cresceu este fascínio não diminuiu. Homem feito vai atrás desta história. E ao levantar o pano que desvenda este mistério, entra em sua própria história, suas raizes, suas origens. 

O local onde tudo isso acontece é a Alemanha pós segunda guerra mundial e como pano de fundo, a forma como as pessoas desta época sobreviveram nos anos seguintes, suas cicatrizes e feridas, dúvidas e certezas. Como aprenderam a carregar suas dores e horrores, impregnados em seu íntimo, do que viram, viveram e fizeram.

E quando a história fica dramática, o autor nos joga um balde de água fria com as escolhas feitas pelo menino, que agora é um homem.

Bernhard Schlink

Bernhard Schlink nasceu em Bielefeld, Alemanha, em 6 de Julho de 1944. Jurista e e escritor ele também dá aulas de direito e filosofia.

terça-feira, 5 de março de 2013

Um Grito de Amor do Centro do Mundo de Kyoichi Katayama

Os japoneses tem um jeito muito diferente de contar uma história. Um ritmo mais lento, cheio de pequenos detalhes. Quase sempre me dão uma sensação de conforto, de estar enrolada em um cobertor deitada no sofá olhando a chuva cair.

E assim me senti enquanto ia descobrindo a história de Aki e Sakutorô, que se conheceram ainda crianças, na escola em que estudavam e foram crescendo juntos. Eles vão descobrindo o amor, a inocência do primeiro amor, bonito nos pequenos gestos, nos olhares, nas incertezas, na insegurança e timidez de cada um. O amor dos dois é lúdico e puro. Eles planejam um futuro com casamento, filhos e muita felicidade.

Até que Aki fica doente e o futuro deles fica incerto. A forma como ele trata a menina, suas dúvidas, seus momentos de tristeza e de esperança, o desespero e o carinho: tudo é comovente e delicado. É intenso sem ser arrebatador. Às vezes dá vontade de gritar por eles, mas só podemos chorar com eles.

É uma história de amor emocionante e das mais lindas. 

Kyoichi Katayama
Kyoichi Katayama nasceu no distrito de Ehime, no Japão, em 1959. Iniciou carreira literária em 1986 com o romance Kehai. Um Grito de Amor do Centro do Mundo foi publicado no Japão em 2001.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Anna e o Beijo Francês de Stephanie Perkins



Doce. Gostosa. Teen. Esta é a história da descoberta do primeiro amor e também de amizade, de adaptação e de descobertas. A intensidade que amamos quando temos apenas 18 anos.

É uma história que nos envolve, que nos transporta para outro mundo, que nos tira momentaneamente da realidade. Os personagens ganham vida e te acompanham onde quer que você vá, o que quer que você faça. E quando é chegada a hora da despedida, você passa dias com saudades. Estas histórias são as minhas preferidas.

E esta fala de Anna, uma adolescente americana que é obrigada pelo pai a estudar em Paris. É seu último ano na escola e ela não quer abandonar sua melhor amiga, seu irmãozinho, sua cidade, as coisas que ela ama. Acontece que o pai de Anna é irredutível e ela então se vê em uma outra cidade, com uma lingua estranha que ela não entende e pessoas que ela não conhece. Anna chora.

Em sua primeira noite, sentindo-se abandonada e perdida, Anna conhece Meredith e no dia seguinte é apresentada a seus amigos e aos poucos vai tentando viver sua aventura, sua nova vida. É uma história delicada e que tendo Paris como principal cenário torna-se ainda mais charmosa.

Stephanie Perkins
Stephanie Perkins nasceu na Carolina do Sul, Estados Unidos. Ela sempre trabalhou com livros: primeiro como vendedora, depois como bibliotecária e por fim resolveu virar escritora.